Domingo de Ramos

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Domingo de Ramos

A Celebração do Domingo de Ramos é uma tradição da Igreja Católica e também, para muitas igrejas cristãs, o Domingo de Ramos, muitas vezes referido como Domingo da Paixão, marca o início da Semana Santa, que termina no Domingo de Páscoa.
O relato bíblico do Domingo de Ramos pode ser encontrado em todos os quatro Evangelhos: Mateus 21,1-11; Marcos 11,1-11; Lucas 19,28-44 e João 12,12-19.

Qual é o significado do Domingo de Ramos?

Como dito anteriormente a Igreja Católica celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém que, pelos relatos bíblicos, ocorreu um domingo antes do domingo da ressureição de Jesus. Então o Domingo de Ramos, ocorreu uma semana antes da morte e ressurreição do Senhor.
A Páscoa, momento ápice, o mais importante do ano para o cristianismo, é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja Católica. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, venceu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida.
No Domingo de Ramos é costume fazer uma procissão para dar início a esta linda semana, que todo cristão Católico deveria vivenciar intensamente. E uma data que muda todos os anos com base no calendário litúrgico.

História do Domingo de Ramos

O primeiro relato do Domingo de Ramos é incerto, então não é possível se afirmar com certeza quando os primeiros cristãos começaram a celebrar esta data. Uma descrição detalhada de uma celebração de procissão de palmeiras foi registrada já no século IV em Jerusalém. A cerimônia não foi introduzida no Ocidente até muito mais tarde no século IX.

Onde na Bíblia fala sobre Ramos?

Jesus viajou para Jerusalém sabendo que esta jornada terminaria em sua morte sacrificial na cruz pelos pecados de toda a humanidade. Antes de entrar na cidade, ele enviou dois discípulos à frente da aldeia de Betfagé para procurar um jumentinho intacto:

29Chegando perto de Betfagé e de Betânia, junto do monte chamado das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: 30 “Ide a essa aldeia que está defronte de vós. Entrando nela, achareis um jumentinho atado, em que nunca montou pessoa alguma; desprendei-o e trazei-mo. 31Se alguém vos perguntar por que o soltais, respondereis assim: O Senhor precisa dele”. 32Partiram os dois discípulos e acharam tudo como Jesus tinha dito. 33Quando desprendiam o jumentinho, perguntaram-lhes seus donos: “Por que fazeis isto?’. 34 Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. 35E trouxeram a Jesus o jumentinho, sobre o qual deitaram seus mantos e fizeram Jesus montar.”
São Lucas, 19 – Bíblia Católica Online Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-lucas/19/

Os homens trouxeram o jumentinho a Jesus e colocaram suas capas nas costas dele. Enquanto Jesus estava montado no jumentinho, ele lentamente fez sua humilde entrada em Jerusalém.

O povo saudou Jesus com entusiasmo, agitando ramos de palmeira e cobrindo seu caminho com ramos de palmeira:

A multidão que ia adiante dele e os que o seguiam gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mateus 21,9)

Os gritos de “Hosana” significavam “salve agora”, e os ramos das palmeiras simbolizavam bondade e vitória. Curiosamente, no final da Bíblia, no livro do Apocalipse, as pessoas vão acenar ramos de palmeira mais uma vez para louvar e honrar Jesus Cristo:

Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro. Eles estavam vestindo mantos brancos e seguravam ramos de palmeiras em suas mãos. ( Apocalipse 7,9)

A vinda de Jesus o Messias, se espalhou rapidamente por toda a cidade de Jerusalém. As pessoas até jogaram suas capas no caminho por onde Jesus andou como um ato de homenagem e submissão.

As multidões louvaram a Jesus com entusiasmo porque acreditavam que ele derrubaria Roma. Eles o reconheceram como o Messias prometido no livro de Zacarias.

“Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.*”(Zacarias 9,9)

Embora as pessoas ainda não entendessem completamente a missão de Cristo, sua adoração honrou a Deus:

“Você ouve o que essas crianças estão dizendo?” eles lhe perguntaram. “Sim”, respondeu Jesus, “você nunca leu:” ‘Dos lábios das crianças e dos pequeninos, Senhor, invocaste o teu louvor’?” (Mateus 21,16,)

Imediatamente após este grande momento de celebração no ministério de Jesus Cristo, ele começou sua jornada para a cruz.

Ramos de nos tempos antigos

As tamareiras são árvores majestosas e altas que crescem abundantemente na Terra Santa. Suas folhas longas e grandes se espalham do topo de um único tronco que pode atingir mais de 15 metros de altura. Nos tempos bíblicos, os melhores espécimes cresciam em Jericó (que era conhecida como a cidade das tamareiras), Engedi e ao longo das margens do Jordão.

Nos tempos antigos, ramos de tamareiras simbolizavam bondade, bem-estar, grandeza, firmeza e vitória. Eles eram frequentemente retratados em moedas e edifícios importantes. O rei Salomão tinha ramos de palmeiras esculpidos nas paredes e portas do templo:

Nas paredes ao redor do templo, tanto nas salas internas quanto nas externas, ele esculpiu querubins, palmeiras, tamareiras e flores abertas. (1 Reis 6,29)

Os ramos de palmeira eram considerados símbolos de alegria e triunfo e costumavam ser usados ​​em ocasiões festivas (Levítico 23,40, Neemias 8,15). Reis e conquistadores foram recebidos com ramos de palmeiras espalhados diante deles e acenando no ar. Os vencedores dos jogos gregos voltaram para suas casas acenando triunfantes com ramos de palmeira nas mãos.

Como o Domingo de Ramos é comemorado hoje?

Domingo de Ramos, ou Domingo da Paixão, como é referido em algumas igrejas cristãs, é o sexto domingo da Quaresma e o último domingo antes da Páscoa. Adoradores comemoram a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém.

Neste dia, os cristãos também se lembram da morte sacrificial de Cristo na cruz, louvam a Deus pelo dom da salvação e aguardam com expectativa a segunda vinda do Senhor.

Na Igreja Ortodoxa, o Domingo de Ramos é chamado de “Entrada do Senhor em Jerusalém” e é uma das Doze Grandes Festas do ano litúrgico, além de marcar o início da Semana Santa também para os ortodoxos. O dia anterior é conhecido como Sábado de Lázaro e comemora a ressurreição de Lázaro.

Ao contrário do Ocidente, o Domingo de Ramos não é considerado como parte da Quaresma, com a chamada Grande Quaresma ortodoxa terminando na sexta anterior. O Sábado de Lázaro, Domingo de Ramos e a Semana Santa são considerados como um período separado de jejuns. No sábado, os fiéis geralmente preparam as folhas de palmeira trançando-as na forma de cruzes antes da procissão no domingo. A decoração das igrejas e as vestimentas dos sacerdotes são alteradas para uma cor festiva — dourado na tradição grega e verde nas eslavas.

Muitas igrejas, incluindo as tradições luterana, metodista, anglicana, morávia e reformada, distribuem ramos de palmeira para a congregação no Domingo de Ramos para as observâncias habituais. Essas observâncias incluem a leitura do relato da entrada de Cristo em Jerusalém, o transporte e acenação de ramos de palmeira em procissão, a bênção de palmeiras, o canto de hinos tradicionais e a confecção de pequenas cruzes com folhas de palmeira.

Em algumas tradições, os ramos são levados para casa e exibem seus ramos de palmeira perto de uma cruz ou crucifixo, ou os pressionam em sua Bíblia até a época da Quaresma do ano seguinte. Algumas igrejas colocarão cestas de coleta para recolher as folhas de palmeira velhas para serem queimadas na terça-feira de carnaval do ano seguinte e usadas nos cultos da quarta- feira de cinzas do ano seguinte.

 

O Domingo de Ramos também marca o início da Semana Santa, uma semana solene focada nos últimos dias da vida de Jesus. A Semana Santa culmina no domingo de Páscoa, o feriado mais importante do cristianismo.

O que fazer com o ramo?

É indicado que eles sejam queimados e suas cinzas sejam jogadas na terra ou que eles sejam enterrados. Na igreja esses ramos são recolhidos, queimados e suas cinzas são guardadas até o próximo ano para serem abençoadas e usadas na Quarta-feira de Cinzas.

Na Bíblia, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém com o acenar de ramos de palmeiras é encontrada em João 12, 12-15; Mateus 21,1-11; Marcos 11,1-11; e Lucas 19:28-44.

A Bíblia nos diz que as pessoas cortavam galhos de palmeiras, os colocavam no caminho de Jesus e os agitavam outros no ar quando ele entrou em Jerusalém na semana anterior à sua morte. Eles saudaram Jesus não como o Messias espiritual que tiraria os pecados do mundo, mas como um líder político em potencial que derrubaria os romanos. Eles gritaram “Hosana [que significa “salvar agora”], bendito é aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!”.

Os ramos lembram nosso batismo

Os ramos acenados pelo povo significam a vitória: “Hosana REI,  Hosana nas alturas, Hosana ao Filho de Davi: bendito seja aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos convidam a alegria, a lembrar que somos filhos de Deus, que não estamos só, que somos batizados,  membros da igreja de Cristo, participantes da Igreja católica, praticantes desta fé católica, especialmente nestes tempos difíceis e que Jesus vence, toda e qualquer dificuldade.

E devemos levar os ramos sagrados para nossas casas, após a missa, para lembrar de que estamos unidos na mesma luta com Cristo e como ele viveremos, não luta contra os homens mas uma luta espiritual luta pela salvação do mundo, a luta dura contra o pecado, um caminho em direção a Cruz e ao Calvário, mas que para nós ja foi revelado a salvação que chega com Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar esta fé que falamos acima, nessa peregrinação sobre a terra, como cristãos somos chamados a realizar o caminho para a vida eterna como fez Jesus e como sempre esteve nos planos de Deus. Tomar consciência de que somos apenas peregrinos neste mundo, de que nada nos pertence de verdade e de que tudo é passageiro, já que somos viventes dentro de um tempo e que um dia chegará ao fim. Cuidado para não gastar o bem mais preciso com coisas vãs, que se gasta tão rapidamente e nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim, na eternidade; aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai.

A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus, Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos dos soldados na casa de Anás, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-O, crucifica-O”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

Muitos pensam: “Que Messias é esse? Que libertador é esse? É um farsante! É um enganador que merece a Cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.

O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, contra a desobediência à Lei Sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses, e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”.

O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciarmos a nós mesmos, morrermos na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvá-lo.

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